Por que é importante se atentar?
Compreender o que a literatura nos indica sobre a definição dos conceitos de transtornos e distúrbios é fundamental para avançarmos nas especificidades de cada manifestação. Nesse sentido, é fundamental evidenciar que o viés comportamentalista, esse que ampara as discussões aqui propostas, considera “distúrbio” e “transtorno” como nomenclaturas equivalentes, apesar de, em aspectos neurológicos, existir diferenciação entre essas condições.
Tendo como suporte a literatura médica, é possível compreender um pouco melhor o que se entende por transtorno e por distúrbio.
Ambos nos indicam uma “[…] alteração da normalidade, seja de natureza estrutural, funcional ou comportamental” (REZENDE, 2008), porém, “transtorno” está mais próximo às alterações de personalidade e comportamento e “distúrbio”, das alterações de natureza funcional e estrutural.
Um exemplo dessa explicação é o caso de dois indivíduos autistas: o primeiro com dano cerebral, intercorrente de má formação, ou seja, apresenta distúrbio em aspectos cognitivos e, como comorbidade, encontra-se no Transtorno do Espectro Autista (TEA); já o segundo descarta qualquer disfunção na estrutura cerebral, mas em condição clínica também se encontra no espectro.
Compreender cada condição geral relacionada aos transtornos de neurodesenvolvimento e transtornos disruptivos, do controle dos
impulsos e da conduta, conceituando-os e diferenciando-os nos ajuda a diferenciar cada uma delas.
Transtornos de neurodesenvolvimento
Os transtornos de neurodesenvolvimento abarcam um grupo de condições relacionadas que são evidentes desde o início do desenvolvimento do indivíduo. Apesar de serem percebidos com maior incidência no período escolar, no processo de anamnese se evidencia que, tipicamente, a manifestação é anterior à etapa da escolarização.
Os transtornos de neurodesenvolvimento acarretam prejuízos ao funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional, variando muito de acordo com o grau da limitação e ao suporte necessário, impacta níveis e áreas diferentes de cada indivíduo, não havendo, portanto, uma condição niveladora para cada caso. Sabermos disso é muito importante, afinal nem todo autista é brilhante em alguma área, nem todo gago canta bem e, quase sempre, afirmações generalistas como essas servem apenas para prejudicar boas práticas relacionadas à diversidade e à inclusão, pois deslocam o centro da atenção para habilidades e competências que os indivíduos podem não ter, negligenciando aquilo que é necessário a cada indivíduo.
Exemplo de transtornos:
1. Deficiências intelectuais (Transtornos do Desenvolvimento Intelectual).
2. Transtornos da comunicação.
3. Transtorno do Espectro Autista.
4. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.
5. Transtornos específicos da aprendizagem
Os transtornos disruptivos, do controle dos impulsos e da conduta incluem condições que envolvem problemas de autocontrole de emoções e de comportamentos. Falar sobre essa condição é importante, pois, diferentemente dos demais transtornos que também envolvem questões de regulação emocional e/ou comportamental, os transtornos disruptivos são:
[…] exclusivos no sentido de que esses problemas se manifestam em comportamentos que violam os direitos dos outros (p. ex., agressão, destruição de propriedade) e/ou colocam o indivíduo em conflito significativo com normas sociais ou figuras de autoridade.
• No transtorno de conduta, os comportamentos são poucos controlados e podem resultar em sintomas comportamentais, como a agressividade ao ser repreendido.
• No transtorno relacionado ao impulso, como transtorno explosivo intermitente, as emoções são pouco controladas e a expressão delas é desproporcional à intercorrência geradora. Ou seja, por menor que seja o fato, o indivíduo pode ter rompantes de raiva inexplicáveis e muito além da situação ocorrida.
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Que legal! Explicações muito interessantes! Obrigado, Renata!
Muito obrigada ☺️
Ótimo ! Muito esclarecedor .
Obrigada ☺️
parabéns tia re, pela iniciativa, amo vcs❤️
Gratidão sua linda. te amo 🙂