Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Renata Ishikawa

Esposa, mãe típica de uma jovem de 18 anos e atípica de uma criança autista de 4 anos. Formada e atuando há 20 anos em administração com pós graduação em finanças empresariais, meu caminho foi re-direcionado quando recebi o diagnóstico de autismo da minha filha caçula. A minha atual missão aqui é ajudar pessoas a conhecer e aprender com as minhas experiências sobre o autismo.

Transtornos e Distúrbios

Por que é importante se atentar?

Compreender o que a literatura nos indica sobre a definição dos conceitos de transtornos e distúrbios é fundamental para avançarmos nas especificidades de cada manifestação. Nesse sentido, é fundamental evidenciar que o viés comportamentalista, esse que ampara as discussões aqui propostas, considera “distúrbio” e “transtorno” como nomenclaturas equivalentes, apesar de, em aspectos neurológicos, existir diferenciação entre essas condições.

Tendo como suporte a literatura médica, é possível compreender um pouco melhor o que se entende por transtorno e por distúrbio.

Ambos nos indicam uma “[…] alteração da normalidade, seja de natureza estrutural, funcional ou comportamental” (REZENDE, 2008), porém, “transtorno” está mais próximo às alterações de personalidade e comportamento e “distúrbio”, das alterações de natureza funcional e estrutural.

Um exemplo dessa explicação é o caso de dois indivíduos autistas: o primeiro com dano cerebral, intercorrente de má formação, ou seja, apresenta distúrbio em aspectos cognitivos e, como comorbidade, encontra-se no Transtorno do Espectro Autista (TEA); já o segundo descarta qualquer disfunção na estrutura cerebral, mas em condição clínica também se encontra no espectro.

Compreender cada condição geral relacionada aos transtornos de neurodesenvolvimento e transtornos disruptivos, do controle dos
impulsos e da conduta, conceituando-os e diferenciando-os nos ajuda a diferenciar cada uma delas.

Transtornos de neurodesenvolvimento

Os transtornos de neurodesenvolvimento abarcam um grupo de condições relacionadas que são evidentes desde o início do desenvolvimento do indivíduo. Apesar de serem percebidos com maior incidência no período escolar, no processo de anamnese se evidencia que, tipicamente, a manifestação é anterior à etapa da escolarização.

Os transtornos de neurodesenvolvimento acarretam prejuízos ao funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional, variando muito de acordo com o grau da limitação e ao suporte necessário, impacta níveis e áreas diferentes de cada indivíduo, não havendo, portanto, uma condição niveladora para cada caso. Sabermos disso é muito importante, afinal nem todo autista é brilhante em alguma área, nem todo gago canta bem e, quase sempre, afirmações generalistas como essas servem apenas para prejudicar boas práticas relacionadas à diversidade e à inclusão, pois deslocam o centro da atenção para habilidades e competências que os indivíduos podem não ter, negligenciando aquilo que é necessário a cada indivíduo.

Exemplo de transtornos:

1. Deficiências intelectuais (Transtornos do Desenvolvimento Intelectual).
2. Transtornos da comunicação.
3. Transtorno do Espectro Autista.
4. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade.
5. Transtornos específicos da aprendizagem

Os transtornos disruptivos, do controle dos impulsos e da conduta incluem condições que envolvem problemas de autocontrole de emoções e de comportamentos. Falar sobre essa condição é importante, pois, diferentemente dos demais transtornos que também envolvem questões de regulação emocional e/ou comportamental, os transtornos disruptivos são:

[…] exclusivos no sentido de que esses problemas se manifestam em comportamentos que violam os direitos dos outros (p. ex., agressão, destruição de propriedade) e/ou colocam o indivíduo em conflito significativo com normas sociais ou figuras de autoridade.

• No transtorno de conduta, os comportamentos são poucos controlados e podem resultar em sintomas comportamentais, como a agressividade ao ser repreendido.
• No transtorno relacionado ao impulso, como transtorno explosivo intermitente, as emoções são pouco controladas e a expressão delas é desproporcional à intercorrência geradora. Ou seja, por menor que seja o fato, o indivíduo pode ter rompantes de raiva inexplicáveis e muito além da situação ocorrida.

Quer acessar outros artigos? Acesse já o meu blog.

O que achou? Comente!

Notificações
Notificar
guest
6 Comentários
Mais antigos
Mais recentes Mais votados
Inline Feedbacks
View all comments
Caio Di Gioia
Caio Di Gioia
1 ano atrás

Que legal! Explicações muito interessantes! Obrigado, Renata!

Patrícia rodrigues
Patrícia rodrigues
1 ano atrás

Ótimo ! Muito esclarecedor .

Laysa
Laysa
1 ano atrás

parabéns tia re, pela iniciativa, amo vcs❤️

Veja mais

Posts relacionados

Natal

Natal

O que é o Natal?Para os cristãos , o verdadeiro significado do Natal é celebrar o nascimento de Jesus Cristo, que veio ao mundo como símbolo de amor, esperança e

Dia das crianças

Dia das crianças

O Dia das Crianças é uma data marcada por celebrações e presentes, mas também é uma oportunidade importante para refletir sobre a diversidade de infâncias e realidades. No universo das

SETEMBRO AMARELO

SETEMBRO AMARELO

Considerado o mês de prevenção e conscientização ao suicídio, o Setembro Amarelo iniciou em 2015 com uma campanha, com o objetivo de promover o diálogo sobre saúde mental, buscando reduzir

DIA DAS CRIANÇAS

DIA DAS CRIANÇAS

O Dia das Crianças é uma data marcada por celebrações e presentes, mas também é uma oportunidade importante para refletir sobre a diversidade de infâncias e realidades. No universo das

AFINAL O QUE É SER UM PAI ATÍPICO?

AFINAL O QUE É SER UM PAI ATÍPICO?

Neste mês de agosto quando é comemorado o dia dos pais, quero falar deste tema. Ser pai é uma jornada repleta de desafios e alegrias, e quando seu filho é

Julho, mês das férias

Julho, mês das férias

As férias são um período muito aguardado por muitas famílias, uma oportunidade para descansar, viajar e passar tempo de qualidade juntos. No entanto, para mães atípicas — aquelas que cuidam