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Renata Ishikawa

Esposa, mãe típica de uma jovem de 18 anos e atípica de uma criança autista de 4 anos. Formada e atuando há 20 anos em administração com pós graduação em finanças empresariais, meu caminho foi re-direcionado quando recebi o diagnóstico de autismo da minha filha caçula. A minha atual missão aqui é ajudar pessoas a conhecer e aprender com as minhas experiências sobre o autismo.

Seletividade Alimentar

O termo seletividade alimentar possui significados variados, que incluem a recusa alimentar, repertório restrito de alimentos e até mesmo a ingestão frequente de um único tipo de alimento.

A seletividade alimentar pode ocorrer em qualquer fase da vida do autista, mas, por mais difícil que pareça, é uma condição em geral, temporária que tem solução. No meio disso, os responsáveis pela criança devem assegurar que a alimentação está sendo feita de forma segura e saudável. Claro que nem sempre é possível.

Vou dar alguns exemplos aqui como mãe de autista. A Isa não come de “tudo”. Ela ama pipoca, milho cozido com sal e um pouco de manteiga, algus tipos de cookies, certos tipos de macarrão, arroz, feijão e tem que ter farofa (ah, e a farofa é uma marca bem específica). O feijão preto ela AMA. Adora nuggets e batata frita (a do Mc Donald´s não tem erro). Não gosta de nenhuma fruta. Para ajudar na alimentação, colocamos beterraba quando estamos preparando o feijão. Muitas vezes colocamos carne bem moidinha misturada para ter uma proteina na alimentação. Muitas vezes ela come sem questionar.. outras precisamos retirar do prato.

Apesar disso, a Isa até come muitos alimentos que outras crianças autistas não comem. Conheci um austista que comia somente carne com ketchup no almoço e jantar e de lanche torrada com atum. Bem específico assim mesmo.

Claro que com terapias, conversas, buscamos introduzir outros alimentos no dia-a-dia da criança, mas nem sempre é algo fácil de se fazer.

A introdução de novos alimentos na rotina de uma criança autista deve ser feita com cautela. Os pais precisam respeitar os limites da criança, fazendo cada mudança aos poucos. Dessa forma, o adulto não deve forçá-la a comer, mas sim oferecer alimentos variados para que ela mesma tenha o interesse em se servir.

Criar um passo a passo para familiarizar a criança com a hora de comer ajuda muito na seletividade alimentar do autismo! Influencie ela a ajudar no preparo para a refeição, como: organizar a mesa, lavar as mãos e sentar à mesa com os familiares.

Importante, não forçar nada! Paciência e perseverança andam juntas nessa caminhada.

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