Diz um provérbio africano que “é preciso uma aldeia para educar uma criança”.
Um ditado lindo, forte, que reverbera no mundo ocidental como exemplo de solidariedade entre membros de uma ou mais comunidades.
A primeira aldeia que um indivíduo conhece, é a sua família; pai, mãe, e irmãos, mas, também, o resto da comunidade familiar: avós, primos, tios, e amigos.
Quando a aldeia é unida, cada criança vai receber o que precisa. Mas nem sempre é assim.
É fácil ser um bom parente quando tudo vai bem.
Quando não vai bem, o provérbio acima já não significa muita coisa.
Não é fácil lidar com uma criança autista na família, ainda mais quando ela tem um comportamento bem desafiador. Seus pais são os primeiros a desejarem mudanças, e enquanto se viram nos trinta para suprir as necessidades terapêuticas do filho, precisam ter apoio da aldeia, pelo menos, palavras de encorajamento caso não possam receber ajuda prática. E como diz nosso ditado popular: ” se não vai ajudar, não atrapalha.”
A família (como um todo) faz parte do quadro ideal de desenvolvimento de uma criança autista.
• Tios que ensinam os filhos a brincarem com os primos autistas.
• Avós que não contradizem a educação dos pais.
• Amigos que entendem que a sua família vai ficar só 30m na festa porque é o tempo que a criança autista consegue interagir sem se desregular.
• O primo que entende a crise autista e não desiste de incluir o autista nas brincadeiras.
• Os parentes que não reclamam do autista e nem dão sugestões que só funcionam com crianças neurotipicas…
… A PRIMEIRA ALDEIA DO AUTISTA DEVE APRENDER SOBRE AUTISMO.
Família de autista também tem uma missão. Sangue do sangue, mesmo sobrenome, genética compartilhada, e a inclusão e aceitação do parente autista.
Quando isso não acontece, reveja o vínculo e repense se você precisa de mais exclusão e críticas na sua vida, vindo de tão perto.
Talvez a aldeia familiar não esteja sendo (temporariamente) a sua melhor aldeia.
texto maravilhoso retirado do instagram da Fatima de Kwant