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Renata Ishikawa

Esposa, mãe típica de uma jovem de 18 anos e atípica de uma criança autista de 4 anos. Formada e atuando há 20 anos em administração com pós graduação em finanças empresariais, meu caminho foi re-direcionado quando recebi o diagnóstico de autismo da minha filha caçula. A minha atual missão aqui é ajudar pessoas a conhecer e aprender com as minhas experiências sobre o autismo.

Desfralde em criança com TEA

Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem precisar de mais tempo do que crianças neurotípicas quando o assunto é desfralde!

O desfralde pode ser fácil para algumas crianças autistas, pode ser difícil para outras, mas, na imensa maioria das vezes, não será impossível. Talvez a palavra chave nesse processo seja MUITA PACIÊNCIA…

Primeiramente, é importante que a criança saiba o que é um xixi e o que é o cocô. Ter o entendimento do que é, e a criança vendo que papai e mamãe fazem xixi no banheiro. A irmã ou a colega faz xixi no banheiro… então facilita que ela mesma precisa começar também fazer o xixi no banheiro.

Outro passo é a criança já começar a se incomodar com a fralda. A crianxa já começa entender que aquilo não está “legal”, está atrapalhando um pouco seus movimentos, faz com que ela queria deixar de usar…

De maneira geral, crianças desfraldam a partir de 2 anos de idade. Crianças atípicas como a minha, geralmente levam mais tempo. A minha foi com 4 anos praticamente. Isso não é uma regra.

É muito importante os recursos visuais para demonstrar o passo a passo da ida ao banheiro. Crianças com TEA associam a imagem com maior facilidade e entendimento do que “precisa ser feito”.
A comunicação verbal também ajuda na forma mais direta e clara. Isa, vamos fazer xixi! Evitar frases muito extensas onde a criança acaba perdendo o interesse no assunto rápido. Exemplo a ser evitado – Isa, sabe, acho muito legal você começar a ir ao banheiro e fazer o seu xixi lá.

Outra dica valiosa, eu comecei a desfraldar a Isa em casa e deixava-a de calcinha e camisetinha para facilitar a ida ao banheiro ou até mesmo para que ela começasse a “se incomodar” com o xixi nas perninhas…

Use expressões positivas quando a criança começar a ir ao banheiro e conseguir atingir o objetivo, como bater palmas ou falar algo carinhoso! O estímulo é muito importante.
Não faça nada forçado! Não imponha! A criança pode travar e ficar até com medo do banheiro. Conheci casos de crianças que seguravam o cocô o dia inteiro. Só faziam quando colocavam a fralda. Lembre-se, a alteração de qualquer coisa que vamos fazer precisa ser prazeirosa para evitarmos traumas.
O melhor é irmos mostrando pouco a pouco como deve ser feito!

Eu recebi indicação de não utilizar o penico e sim o vaso sanitário com assento redutor de tamanho. Nós sabemos que muitas crianças autistas têm uma grande dificuldade para generalizar comportamentos (ou seja, utilizar o mesmo comportamento em situações diferentes daquelas que foram treinadas). Desse modo, se você faz uma transição da fralda para o penico é possível que haja novas dificuldades quando for fazer a transição do penico para o vaso sanitário. Outro aspecto importante é que se a criança permanecer por muito tempo utilizando o penico, acabamos criando um novo problema, pois, como não temos esse objeto fora de casa, você terá que continuar utilizando fralda quando sair com a criança. Existem várias opções de redutores de acento! Com escadinha, sem escadinha, com pezinhos, com apoio para as mãos.. a Isa não se adaptou a NENHUMA delas e preferiu o próprio vaso sem redutores de acento.

Enfim, cada familia precisa ir encontrando o melhor caminho para seu filho atípico, aqui deixei algumas dicas e experiências que funcionaram comigo. Pode funcionar ou não com o seu filho. O mais importante é não deixarmos de buscar ajuda e vendo a melhor maneira a se adaptar à sua criança.

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